Em Defesa da Comida, por Michael Pollan | Um Manifesto Dum Comedor | Review Sumarizado


Há não tanto tempo assim, a escassez de alimentos era uma realidade bem maior e aterrorizadora para o brasileiro. Porém, com o crescente e desenvolvimento tecnológico e econômico no século passado (e ainda no século XXI) devido ao grande processo de industrialização, a produção de comida nunca esteve tão eficaz e numerosa.

Quanto mais comida, melhor, não é mesmo? Então,  para que alguém sair em defesa dela? 

Com o crescimento exagerado de opções alimentícias e criações de sensos comuns errôneos e prejudiciais à saúde, nunca nos distanciamos tanto dos alimentos naturais e consumimos tantas comidas artificiais. 

Então, com o aumento da variedade, as pessoas começaram a se perder na hora de escolher o que comer para adotarem uma dieta saudável, o que acabou ocasionando um estresse e, ironicamente, acarretando problemas psicológicos e biológicos.

(Em seu livro "Regras da Comida", Pollan relata o acrescimento assustador da quantidade de açucares nos alimentos e que a dieta ocidental está causando variadas doenças).

Neste livro, Em Defesa da Comida, Michael mostra como fazer escolhas inteligentes e obter uma dieta digna duma pessoa vigorosa, ensina o real conceito do que realmente é ser saudável e devolve o prazer em comer.

Em defesa da comida contra o nutricionismo:
  • Nutricionismo envolve o ato de selecionar os alimentos fiscalizando rigorosamente seus nutrientes.
    • Faz certo sentido, mas esta ideia está tão impregnada na sociedade que o "ismo" acabou se tornando um sufixo de ideologia.
  • Contudo, essa situação é bem recente, já que a própria ciência da nutrição é recente.
    • Antigamente, comida era comida, não um emaranhado de carboidratos, lipídios, proteínas etc.
  • Qual o problema com nutricionismo?
    • As pessoas acabam dependendo ou confiando demais nos cientistas de alimentos e, por muitas vezes, deixando a natureza de lado.
    • Cientistas tentaram sintetizar o leite materno. Contundo, o leite artificial não era tão bom quanto o natural. 
  • Por mais capazes que os cientistas sejam, algo pode sempre passar despercebido. Por isso, não seja um fanático pelo nutricionismo.
    • Além disso, o nutricionismo não é algo imaculado ou perfeito.
Saltos experimentais errôneos:
  • Ao analisarem minuciosamente, cientistas da área começaram a traçar correlações entre certos nutrientes e certos problemas de saúde.
    • Contudo, correlação não é o mesmo que casualidade.
  • Mesmo não podendo determinar claramente uma relação de casualidade, esses cientistas começaram a dar saltos errados baseados em dados não-sólidos, resultando em experimentos falhos:
    • "Que tal reduzirmos o índice de gordura da alimentação da população?".
    • Vale ressaltar que gordura está em nossa dieta há milênios.
  • Ainda em seu livro, Pollan vai mais a fundo sobre os processos históricos e políticos envolvendo a retirada da gordura dos alimentos .
  • Tais experimentos falharam, mas as ideias por trás deles ainda são vistas e praticadas como fatos.
  • Da mesma forma que esses cientistas não conseguem reproduzir fielmente o leite materno, eles não foram capazes de ganhar tais apostas, causando confusão na sociedade.
O "pecado" da dieta aborígene:
  • Ainda é comumente visto em culturais tradicionais, dietas altamente ricas em gordura, proteína e carboidratos.
  • Porém, diferentemente do que um cidadão comum, e até muitos cientistas, pensavam (e ainda pensam), tais costumes alimentares não causam doenças crônicas.
    • Infelizmente, a dieta ocidental está no caminho contrário.
  • Em pesquisas, foi detectado que os povos aborígenes que tinham adotado a dieta ocidental tiveram um aumento significativo de "doenças ocidentais".
    • Então, pegaram esses indígenas e os colocaram de volta para caçar, plantar, retomando às suas dietas originais.
    • Em algumas semanas, seus estados de saúde foram revertidos.
  • Obviamente, nem todo mundo pode sair para caçar e comer diretamente da natureza, mas isso não impede que a pessoa tome decisões que tragam efeitos similares. 
A industrialização da dieta:
  • Há cerca de cem anos, tínhamos uma alimentação muito diferente da atual. Isso começou a mudar depois da revolução industrial.
  • Tal mudança ocasionou 5 problemas principais:
    • Deixamos a comida de verdade e começamos a ingerir alimentos industrializados.
    • Fomos de "complexidade" para "simplicidade":
      • Pollan cita que apenas quatro culturas corresponde a 66% de todo caloria consumida nos EUA: milho, trigo, arroz e soja.
    • Abrimos mão da qualidade por quantidade:
      • Nos anos 40, uma maçã tinha o valor nutritivo de 3 maçãs atuais.
      • Enquanto a agricultura atual produz bem mais alimentos, o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos afetou a qualidade dos mesmos.
      • Ovos de galinhas caipiras foram trocados pelos de granja.
    • Trocamos folhas por grãos:
      • Bom, todos os quatro alimentos acima (milho, arroz, soja e trigo) são grãos.
    • Deixamos de ouvir nossa cultura alimentar (o que nossos pais e avós diziam) para ouvir cientistas.
Cuidado com os "certificados de qualidade":
  • A quem diga que "se o ministério da saúde disser que é bom, então deve ser bom".
    • Não fique certo que está adquirindo um produto saudável só porque há algo estampado na embalagem dizendo isso.
  • Empresas alimentícias possuem um corriqueiro costume de pagarem para que tais órgãos reguladores aprovem a "eficácia" de seus produtos.
    • Nos EUA, a Associação Americana do Coração certificou como saudável vários cereais não tão saudáveis assim.
  • As pessoas consumidas pelo "nutricionismo" sequer questionam tais recomendações e certificações.
    • É como se uma autoridade divina estivesse usando tais órgãos para lhes passar uma mensagem.

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